Atualmente, a referida casinha mantém-se em sua firme
construção, há cômodos que são utilizados para preservar o museu e a biblioteca
da AMPUP, além de guardar uma pequena crônica sobre o lugar.
Um local que, há muito tempo atrás, pertencia a uma
senhorinha que faleceu ao final da década de 1970, com a idade aproximada de
104 anos (sic). Ela se chamava dona Antônia Elídia Botelho e morou neste lugar
até a sua morte. Dona Antônia era conhecida como “Chantoninha”, uma pessoa
querida, de estatura pequena e bastante devota.
Não raro, casas antigas mexem no psicológico das pessoas e,
curiosamente, todo este lugar não foge dos contos e “causos” relatados por
diversas pessoas que garantiram terem testemunhado, nesta região,
acontecimentos “inusitados” dentre as juras de verdade e o olhar atento (e
fascinado) da psicologia e parapsicologia. As histórias variam entre contos
quase que contemporâneos falando de uma “senhorinha sair de baixo da
figueira (que existe até hoje) e desaparecer na frente da casinha”, ou mesmo
épicos e afamados casos antigos. Muitos relatos contados e camuflados no drama
psicológico das testemunhas; ...e há aqueles que se destacam:
“Cavalo Fantasma” – testemunho de inúmeras pessoas daquela época que diziam que, muitas vezes, um inesperado cavalo, aparentemente enfurecido, vinha galopando por toda a extensão de onde é hoje a Av. Felinto Mulher. Eram relinchares e barulhos que arrepiavam qualquer um que escutasse !!! Acontecimento quase que constante, sempre no horário próximo da meia-noite! O estranho cavalo surgia por essas redondezas e percorria galopeando até onde é hoje a igreja Nossa Senhora do Carmo (próximo à antiga caixa d’água – parte central da cidade), estranheza que aconteciam nas décadas de 40 e 50.
Apesar desse relato, atualmente, ser muito difícil de ser encontrado, o conto veio à tona novamente com o depoimento de Sérgio Araújo (66 anos/ 2020), sendo ele outro neto de dona Antônia. Diz ele que o pai (genro de “Chantoninha”), certa vez, testemunhou frente-a-frente o “cavalo-fantasma”, que, segundo conta, soltava fogo nos cascos e não se conseguia ver a cabeça do animal, “surgia do nada” e "por essas redondezas". O próprio presidente da AMPUP já havia escutado tal “causo” contados pelo seu avô paterno e, também, por outros antigos moradores (década de 80). [Foto: Praça da Igreja Nossa Senhora do Carmo – vista a partir da Av. Couto Magalhães e do outro lado a Av. Felinto Muller – VG, final dos anos 50. Na esquerda, a igreja Nossa Senhora do Carmo ainda com a frente para Couto Magalhães, depois foi demolida e construída de frente para a praça].Apesar da Psicologia Anomalística se encantar com a
“verdade” dessas pessoas, a pergunta fica: histeria coletiva? Criação
psicológica? Realidade ou incremento da imaginação? Ou uma mistura das duas
coisas? O que eles realmente viram? Independente da resposta: é muito bom
relembrar os “causos” que ficaram camuflados na vivência psicológica do nosso
povo daquela época.
Autor:
Ataide Ferreira da Silva Neto - psicólogo, escritor, conferencista, estudioso sobre as estranhezas psíquicas/parapsicologia, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), consultor da Revista UFO.
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