No Mato Grosso, qualquer conversa entre os moradores, que
tenha como ingrediente temas misteriosos, geralmente leva a narrativas de
intrigantes observações de artefatos voadores que ocorrem em certas áreas do
estado, rico em casuísticas. Na verdade, em qualquer parte da Nação nos
deparamos com uma abundância de testemunhos de quem passou por experiências com
UFOS – tanto que, há anos, a Comunidade Ufológica Brasileira monitora os altos
índices não só de avistamentos, mas, também, acompanha convincentes relatos de
pessoas idôneas que juram terem tido contatos diretos com seres estranhos
supostamente extraterrestres.
Contudo, mesmo que o Fenômeno UFO se apresente de maneira
tão diversa e bem espalhada pelo país, a atenção dos pesquisadores – e até
mesmo a dos curiosos – acaba sendo inevitavelmente atraída para as regiões em
que há grande incidência de casos, muitos deles documentados com fotografias e
filmagens, e presenciado por dezenas ou centenas de indivíduos. Em algumas
dessas áreas não é exagero afirmar que os episódios ligados a entidades
desconhecidas fazem parte da cultura local. Esse é o caso de Mato Grosso por
excelência.
No estado, nenhum lugar é mais enigmático e repleto de
histórias do que a Chapada dos Guimarães e o complexo da Serra do Roncador. Os
estranhos acontecimentos da região têm alcançado grande repercussão e fascinado
turistas brasileiros e estrangeiros, que se deslocam até tais regiões na
esperança de viver alguma situação incomum. Um aspecto dessa situação que chama
a atenção dos estudiosos é a notória relação entre fenômenos ufológicos e
territórios montanhosos ricos em minérios e cristais – o que nos faz refletir
sobre as coincidentes e recorrentes ligações entre locais de belezas naturais e
a suposta presença de alienígenas em nosso planeta.
Esses incríveis acontecimentos têm elevado fama para com a
localidade no âmbito sobre ocorrências tidas como estranhas, misteriosas,
enigmáticas, e termos que o valham, numa proporção tamanha, que fazem essas
regiões receberem centenas de turistas fascinados pelo sentimento de “lugar
misterioso”.
As estranhas ocorrências envolvidas nesses lugares especiais
fazem pensar, filosofar, indagar e teorizar sobre as coincidentes ligações
entre belezas naturais e a presença de óvnis, e que, muitas vezes, vêm associados
a outros eventos inusitados tidos como “esotéricos”. As hipóteses decorrem nas
mais diversificadas idéias e tentativas de justificações dos porquês dessas
transações aparentemente “transcendentais”.
Independente de explicações, o fato é que os estranhos
fenômenos têm atraído a curiosidade de inúmeras pessoas, que muito associam a
oportunidade de desfrutar os mais variados conjuntos de pretextos, dentre: belezas
naturais, peripécias ecológicas, cachoeiras, cavernas, grutas, tranqüilidade, pinturas
e inscrições rupestres, uma pitada incomum de extrema aventura e, certamente,
às casuísticas ufológicas; que, invariavelmente, está no roteiro desses
aventureiros.
Turismo visando intuito no âmbito ecológico e agregado a questões
ufológicas tem, a cada dia, despertado o interesse de pessoas dedicadas e
simpatizantes ao tema, uma atividade que tem se desenvolvido nas últimas décadas.
De uma forma direta e indireta, essa nova aventura tem representado uma ótima
oportunidade de renda local e estimula a cobiça de novos interessados,
aumentando gradativamente, muitas excursões com roteiros que envolvam
observação celeste, pesquisa de campo, tudo direcionado ao aspecto ufológico, o
que não descarta respectivamente a oportunidade de deslumbramento e sentimento
de admiração.
Esse tipo de turismo ganhou o nome de Turismo Ufológico ou
amplamente conhecido como UFOTURISMO, uma espécie de visitas aos locais com
autos índices de relatos de “discos voadores”, dentre outras manifestações
ufológicas. Ideal para quem aprecia a natureza, o céu estrelado e uma boa
conversa junto à locais paradisíacos, regiões convidativas para vigílias
noturnas na presença de amigos com entusiasmo ao insólito,
Um dos pioneiros a pensar sobre a idéia de colocar a
ufologia como atração turística foi, sem duvidas, o ex-prefeito de Barra do
Garças/MT chamado Valdon Varjão. Varjão
ganhou notoriedade pela elaboração do polêmico projeto “Discoporto” (“aeroporto
para disco voador”), idéia aceita pelo congresso, justamente levando em conta o
afamado acervo de relatos sobre OVNIS que avizinha em algumas localidades do
interior mato-grossense, dentre Chapada dos Guimarães (65 km da capital –
Cuiabá) e, em especial, Barra do Garças (516 km da capital), dentre as
redondezas das cadeias de montanhas Chapadense, da Serra Azul e proximidades da
enigmática Serra do Roncador. Sobretudo, o principal intuito do projeto
“Discoporto” foi apenas divulgar a cidade e atrair turistas, nada para além
disso.
A dedicação de Valdo Varjão sempre foi a política e,
especialmente, o povo barra-garcense e suas histórias. Além de inúmeras bem
feitorias realizadas pelo ex-prefeito em prol a cidade, Varjão não deixava de
sinalizar o seu interesse pela Ufologia, adquirindo e colecionando um grande
arquivo de fotos e histórias ufológicas, tanto relatadas, pela região. Motivo
que o encorajou a arriscar o inusitado projeto de “aeroporto para disco
voador”, uma idéia de impacto e polêmica, justamente visando afamar a
“misteriosa” cidade de Barra do Garças, que retém um grande rosário de
estranhas histórias, lendas, mitos e, em específico, a Ufologia.
A rotina dos relatos Ufológicos pela região mato-grossense
foi o alicerce para a aprovação do projeto. Assim, Barra do Garças ficou internacionalmente
conhecida pela original idéia de abrigar um aeroporto para disco voadores, que
tempos depois seria imitado por outros prefeitos e, até mesmo, por outros
países.
Embora ressentido com as gozações que enfrentou, razão pela
qual passou a ser mais cauteloso em relação ao polêmico projeto; Varjão
alcançou seu objetivo. “A idéia não era exatamente atrair disco voadores para
Barra do Garças, mas sim turistas, e assim usar o potencial que a cidade tem
nessa área”, ressaltou o ex-prefeito, num de seus desabafos.
O polêmico projeto foi destinado ao Parque Estadual da Serra
Azul, uma protegida reserva ambiental quase que ao lado da Serra do Roncador,
nas proximidades da cidade, local repleto de inúmeras trilhas, 14 cachoeiras,
diversos sítios arqueológicos e palenteológicos e um mirante com a estátua do
Cristo Redentor, num ponto privilegiado de onde é possível apreciar as três
cidades vizinhas – Barra, Aragarças e Pontal do Araguaia.
Nada foi desmatado para a implantação do “discoporto”, foram
reservados uma área limpa de cinco hectares para o funcionamento de um atrativo
turístico. “Eu queria colocar Barra na mídia, pois a cidade tinha pouca
divulgação e exploração turística. Como esta região sempre teve histórias de
UFOs e um misticismo muito forte, aproveitei a idéia”, explicou Varjão.
Valdon Varjão custeou do próprio bolso, a idéia de
apresentar alguns painéis ilustrados e maquetes de discos voadores para que
turistas tirassem fotos e levasse para casa lembranças sobre aquilo que ficou
conhecido como o primeiro “aeroporto de disco voador” do mundo.
O local é muito visitado por turistas de todo o país,
atraídos pelo fascínio que os casos ufológicos da região – esses sim reais –
causam. Varjão já foi rotulado de “louco”, “lunático”, “visionário” e até
coisas mais pesadas, mas graças a excentricidade de sua idéia o ex-prefeito
acabou por colocar a cidade no mapa. Convidado a participar de inúmeros
programas de tevê, chamou a atenção da imprensa de todo o país e do exterior ao
mostrar a rica casuística que envolve toda a região.
Curiosamente e por coincidência, no dia de sua morte (03 de
fevereiro de 2008), a cidade de Barra do Garças estava a homenageá-lo com um
carnaval diferente, intitulado “Carnaval das Galáxias”, com decorações de disco
voador e enfeites que lembravam extraterrestres, em alusão ao discoporto, uma
homenagem enfatizada pelo prefeito da época Zózimo Chaparral (PC do B), que
teve Varjão como colega de trabalho quando vereador.
Logo a morte de Varjão, o prefeito decretou luto
oficial de três dias. Porém, por decisão da família, o carnaval de rua focado
na porta da residência de Valdon Varjão continuou normalmente.
Varjão foi considerado um dos últimos personagens vivos dos
primórdios histórico de Barra do Garças, “além de ser um personagem visionário
que percebeu a tendência e perfil do município para o eco-turismo e turismo
ufológico”, comentou Mônica Porto, do Conselho Municipal de Turismo e
proprietária da agencia Aventur Turismo.
As “misteriosas” cadeias de cânions, montanhas, vales,
paredões, que circundam os caminhos de Chapada dos Guimarães até Barra do
Garças, ocultam-se narrativas extraordinárias e testemunhos impressionantes, de
todos os tipos. Um dos mais significativos acontecimentos ufológicos envolto à
região aconteceu casualmente no cerne dessas duas cidades, na exata data do dia
1º de Junho de 1997, num domingo, por volta da 20 horas, na cidade de Nova
Brasilândia/MT (200 km de Chapada dos Guimarães/MT).
Naquela noite da bucólica e pacata cidade de Nova
Brasilândia, composta de 6 mil habitantes na época, há 260 quilômetros de
Cuiabá, capital, algo aconteceu, cujo episódio transgrediu a rotina daquele
povo. O fenômeno ocorrido foi (e ainda é) descrito pelos moradores de forma
única; uma bola de fogo que veio do espaço, cruzou os céus da cidade,
iluminando a região, segundos após, surgiu um clarão, cuja iluminação era tanta
que aparentou dia e que teve uma duração de, mais ou menos, um minuto, logo
após, um enorme estrondo foi ouvido a uma distância de mais de 50 quilômetros.
Incrivelmente a cidade a partir daquele dia passou a
adquirir pelos noticiários uma repentina fama. Na época, para o Jornal do
Brasil, o ocorrido foi comparado em versão brasileira ao “caso Roswell”, e em
uma matéria do dia 09 de julho de 1997, descreve:
“O vaqueiro
Gilberto Braga, que mora em Nova Brasilândia, foi o único a ter coragem de
tocar o objeto ‘parece uma bola de ferro, maior de que um trator, que soltava
um cheiro esquisito.’ Moradores da região estão preocupados com uma possível
contaminação de rebanhos ou da população ribeirinha pelo OVNI, já que o local
onde o objeto caiu fica as margens do rio Manso. ‘Era um objeto em forma de
disco, com uma luz intensa’ contou Cláudio Picci, secretário municipal de
indústria e comércio.” (Matéria escrita pelo jornalista José Calixto de Alencar
– agência J.B.).
Face ao acontecido, torna-se interessante retratar a
cobertura de depoimentos de pessoas que juraram, diante a imprensa, ter
presenciado aquele fantástico fato;
Jornal A GAZETA, Cuiabá, Quarta-feira, 09/07/97:
“(...)
Morador de Nova Brasilândia há 25 anos, o frentista Miguel Darli Gonçalves
conta que estava sentado na rua, em frente a sua casa, quando viu o clarão e
ouviu o barulho. Muita gente presenciou a cena e, conforme Gonçalves, algumas
pessoas chegaram a cair no chão devido ao tremor da terra.
O vaqueiro
Gilberto Braga de 26 anos, que trabalha na fazenda Bela Vista, vai mais longe.
Conta com detalhes que não só viu, mas tocou no objeto, há cerca de 10 dias.
Segundo ele, o objeto tem a forma de uma bacia caseira, o tamanho de uma casa
pequena, é preto, composto de ferro ou rocha. Ele garante que o objeto esta lá,
fincado no morro, exala um cheiro ruim e provocou a queimada de uma área de
aproximadamente 100 metros quadrado ao redor de onde caiu. ‘Eu acho que é disco
voador’, avalia.
Leandro
Paula da Silva, de 15 anos, explica que viu o Ovni antes dele tocar no chão e
que tinha luzes coloridas, azuis e verdes. Vaqueiro da Fazenda Campo Verde, ele
acredita que tenha visto um disco voador, mas alega que não foi verificar ainda
por falta de tempo.
(...) Na
Fazenda de Divino Fogoió não foi diferente. Ele e o filho também viram o
fenômeno de luzes coloridas e marcaram o dia. (...) Fogoió não sabe precisar
onde o objeto poderia ter caído.”
O tempo passou, a poeira baixou, mas as incógnitas sobre “O Caso
Nova Brasilândia” ainda continua. Ficou como sempre fica, a dúvida, os relatos,
a intriga, os mistérios. De certa forma, o rol de acontecimentos incomuns que
circundam os complexos montanhosos de Chapada dos Guimarães e confins,
proporciona componentes que aguçam a imaginação e a cultura dos habitantes locais.
Nova Brasilândia (Serra Azul), Barra do Garças (Serra do
Roncador) e, em especial, Chapada dos Guimarães (Paredões), tem catalogado uma
variedade de estranhezas, regiões de enorme beleza, com elevações que,
aparentemente, escondem muitos enigmas, emergidas nos múltiplos testemunhos.
A seqüência de montanhas que formam a redondeza da
misteriosa Chapada dos Guimarães alicia os mais variados rituais místicos e
crenças alternativas, por outro lado, cobiçam também a presença de sérios
pesquisadores que embrenham tentativas de avaliações mais convincentes e
científicas.
Terra de enigmas, a Chapada dos Guimarães, fica numa
localização eqüidistante entre Atlântico e o Pacífico, bem longe dos dois
oceanos, aproximadamente 1600 km de cada um. Apesar da distância das águas
marítimas, é curioso constatar que, em meio às pedras, é comum encontrar
pequenas conchas fossilizadas; Elas são as provas de que esta região foi também
mar um dia. Ainda ao longo do decorrer do tempo, o planalto de Chapada preserva
histórias centenárias de índios que juram terem convivido com estrelas
multicoloridas pairando o céu noturno, relatos sancionados nas explanações da
população local.
Apesar de Chapada ser ilustres pelos seus mistérios e
suposta energia positiva que emana de seus paredões, o fato é que a beleza
estonteante da região faz qualquer visitante, até os mais céticos, vivenciar
uma atmosfera de contemplação, experiência facilmente cortejada com alguma
inusitada sensação de vigor. Ocasião que faz os visitantes manterem-se
silenciosos por longo tempo diante o deslumbramento das paisagens, do cantar
dos passarinhos, dos sons oriundos das quedas d’águas das cachoeiras, sentir do
frescor das gotículas dissipadas no ar, sensações preciosas, e segundo muitos,
com incitação para experiências transcendentais. As cores diversificadas dos
chapadões são responsáveis por atrair o fascínio dos visitantes, os entretons mudam
constantemente de acordo com a posição do sol, espetáculo garantido do nascer
ao pôr-do-sol (crepúsculo).
A região por ser provida de tanta beleza no panorama, na
flora e na fauna, tornou-se ambiente de preservação permanente pelo Governo Federal.
O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães foi criado em 12 de abril de 1989,
através da Lei Federal Decreto n.º 97656. Naquelas redondezas encontram-se centenas
de cachoeiras, cavernas, grutas, morros e impressionantes formações rochosas em
meio a cânions de arenito, uma verdadeira galeria de esculturas das mais
variadas formas que faz mexer com a imaginação das pessoas, estátuas tão
charmosas que aparentam serem esculpidas pela mão humana ou dão a impressão de destroços
de alguma civilização milenar corrompidas pelo tempo. Ao todo a área de
preservação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães tem 33.000 hectares, e,
segundo alguns ecologistas, trata-se de uma área relativamente pequena, e lutam
na esperança de que o tamanho aumente três vezes mais.
Nas andanças pelo cerrado da Chapada dos Guimarães é muito
convidativo sentir o agradável frescor da brisa e o perfume das flores, um
clima proveniente dos seus 860 metros acima do nível do mar. Uma região em que
o clima pode mudar repentinamente para um frio mais intenso, uma chuva súbita
e, muito freqüentemente, a presença de intensas neblinas capaz de deixar as
pessoas na sensação de total penumbra.
A Chapada é um refúgio dos cuiabanos diante o calor
escaldante da capital, as geladas cachoeiras costumam ser a busca predileta dos
freqüentadores, e cachoeira é que não faltam. Quase todas com nomes já
definidos, como: a “Cachoeira do Pulo”, “Salgadeira”, “Cachoeira da Martinha”, “Independência”,
“Prainha”, “Andorinhas”, “Namorados”, “Marimbondo”, “Geladeira”, entre muitas
outras. A cachoeira mais atrativa, famosa e cartão-postal do Estado é a “Véu de
Noivas”, com esplêndida queda que despenca dos seus 86 metros abaixo, que podem
ser admiradas à beira de um mirante, de onde também pode se apreciar um
impressionante canyon, os visitantes conseguem ter um panorama total da
cachoeira, sob diversos ângulos, muito fácil de obter lindas fotos.
Nas proximidades da cachoeira “Véu de Noivas”, na lateral
esquerda de quem chega, há uma trilha que leva até as mais incríveis
cachoeiras, porém o percurso exige certo preparo físico e uma dose de
adrenalina, pois o caminho fica alguns metros à beira de um gigantesco
precipício, motivo até mesmo de acidentes graves. Atualmente os visitantes são
alertados e precavidos sobre o cuidado que se deve ter ao aventurar-se nas
trilhas para as cachoeiras.
Nos passeios pelas redondezas não é difícil encontrar
formações rochosas com considerável altura aparentando estátuas esculpidas no
meio dos matagais, a imaginação se incube de fantasiar as mais estranhas
criaturas. Sobre tais formações, há um local espetaculoso chamado “Cidade de
Pedra”, que fica localizado na parte de cima dos majestosos paredões, para se
chagar é necessário percorrer 20 km de estrada de terra num veículo com tração
nas quatro rodas. Ali estão dezenas de formações que faz lembrar antigas
ruínas, os visitantes sentem a impressão de estar entre construções
deterioradas pelo tempo. Esta localidade foi inclusive palco para aparecimento
de uma estranha tocha de fogo esverdeada, testemunhados por alguns membros da
Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP) que lá
estavam em pesquisa de campo ufológica.
Atrativos esculpidos nas rochas têm de monte, no roteiro de
visitas há também a “Casa de Pedra”, uma fenda de aproximadamente 40m², formada
pela passagem de águas cristalinas que a atravessa de um lado ao outro.
Outra localidade muito procurada pelos turistas e que também
é afamada por inúmeros testemunhos de observação de UFOS é o “Mirante”, uma
localidade natural em que os automóveis chegam até certa aproximação e são
obrigados a parar pela presença de imensas pedras colocadas propositalmente
para que algum veículo não corra risco de cair no precipício; Pessoas são
atraídas pela fascinante visão que o local proporciona, podendo dali contemplar
o infinito, a planície pantaneira e a longínqua extensão da capital
mato-grossense.
Outro precipício muito admirado e relativamente assustador é
sugestivamente chamado de “Portão do Inferno”, desfiladeiro responsável pela
morte de muitas pessoas pelo motivo de encontrar-se numa curva às margens da
estrada que liga Cuiabá a cidade de Chapada, localiza-se no início da serra que
sobe ao município (Rodovia Emanuel Pinheiro, km 42). Muitos desavisados ou
inconseqüentes motoristas perderam suas vidas quebrando a barra de proteção e
caindo no desfiladeiro com mais de 75 metros de altura. A história também conta
que muitos índios ali foram jogados, e pessoas antigas afirmam narrativas mais
macabras, segundo eles, policiais ou matadores usavam do local para sumir com o
corpo de alguém, bastava jogar no “Portão do Inferno” para nunca mais obter
notícias. A lenda do “Portão do Inferno” vai para mais além (literalmente),
estranhos acontecimentos ocorrem à pequena distância dali, e comprova uma das
várias histórias sombrias que envolvem a região, trata-se do fato de que um
automóvel em uma descida, estando em ponto morto, não desce. Sobe! Isso
acontece a menos de 30 metros de distância do assustador precipício. Há várias explicações
para o fenômeno, mas muitos as desconsideram e alimentam a idéia de que tudo se
deve a “energia do local”.
Há quem acredite que toda a região de Chapada dos Guimarães
é poderosa e teria uma espécie de corredor energético, afamadamente conhecido
como energias do paralelo 15º sul ou também chamado de “Corredor Bivac”, um fluxo
eletromagnético com uma reta imaginária que coincidentemente passa por outros
lugares místicos, como a Serra do Roncador, o lago Titicaca, entre Peru e
Bolívia, e os arredores de Brasília (local onde existe um grande número de
seitas esotéricas). Segundo as profecias do padre italiano Dom Bosco, no
paralelo 15º Sul nasceria uma civilização diferente, perfeita, uma espécie de
origem do terceiro milênio, defendido por alguns como a Era de Aquário.
Paredões, precipícios e morros são muitos, porém o ponto
mais alto da região é o “Morro São Jerônimo”, com quase 900 metros de altitude
acima do nível do mar. Um morro achatado, ilustre por aparições de Ufos, a
quantidade de testemunhos e casuísticas são tantas que apelidaram o morro de
“Ufoporto” ou pista natural de pouso de Discos Voadores, talvez seja demasiado exagero,
porém em meio há algumas veracidades.
Para se chegar até o seu ponto culminante é necessário um guia local, um
bom preparo físico, roupas leves, coragem e muita água para hidratação. Alguns
trechos são muito inclinados e com algumas pedras escorregadias.
Estranhos relatos também abrangem uma imponente e enigmática
caverna com o alusivo nome de “Aroê Jarí”, o nome é de origem indígena e na
língua dos índios Bororos significa “Morada das Almas”, séculos passados a
etnia usava a caverna para rituais, acreditavam que o lugar era um atrativo
para espíritos e ali deixavam as urnas mortuárias do seu povo. Fica situada a 46
km de distância da cidade de Chapada, é a maior caverna de arenito do Brasil, a
entrada da caverna tem a dimensão de 60 metros de largura por 10 metros de
altura, a extensão à dentro é de 1.550 metros, ela é bastante plana e apresenta
algumas pequenas cachoeiras que caem do teto, há algumas bifurcações que dá
acesso a outras galerias dos mais variados tamanhos e extensões, chegando ao
outro lado da caverna há uma exuberante lagoa chamada de caverna da “Lagoa
Azul”, águas cristalinas de um azul impressionante que se reflete nas paredes
da gruta. Alguns poucos testemunhos contam que já presenciaram luzes saírem de
dentro da caverna, outros falam de seres que juram que viram na escuridão da
caverna e que repentinamente somem assim como aparecem, sem nenhum vestígio. O
acesso a caverna é somente permitido com guia autorizado, são 8 quilômetros de
caminhada que valem apena, no final ainda podem, por um preço camarada,
desfrutar de um delicioso almoço feito num rústico casebre onde fica o ponto de
partida.
A chapada dos Guimarães é um verdadeiro patrimônio de
preservação, história e cultura, repleta de riquezas arqueológicas. Lá estão
espalhados 46 sítios arqueológicos catalogados, áreas onde são encontrados
artefatos primitivos, inscrições rupestres, ossos de dinossauros, conchas
marítimas, algumas dezenas de simbolismos desconhecidos, entre outras
preciosidades, praticamente um museu a céu aberto.
O centro da cidade é muito agradável, com uma majestosa
relíquia histórica construída por volta de 1779, no estilo barroco colonial, feita
pelos índios e escravos, trata-se da Igreja de Senhora de Santana do Santíssimo
Sacramento. Conta a história de que as telhas de barro, de muitas das
construções da época, foram moldadas nas coxas dos escravos, e algumas delas
permanecem preservadas até hoje, o mesmo ocorre com grande parte dos azulejos
portugueses do século XVIII que revestem o interior da igreja; Relíquias raras,
tendo em vista a dificuldade em se conservar artefatos tão delicados, tão
quebradiços, num ambiente com constantes visitas, sobretudo, azulejos oriundos
de uma época em que o percurso era longo e complicado. Em frente, há uma praça
bastante arborizada, com várias espécies de imensas árvores que enfeitam o
bosque e as redondezas de um chafariz que ali fica. No final da tarde e aos
finais de semana, visitantes e moradores, usam o local como ponto de encontros;
jovens, idosos, casais de namorados, pais e mães que passeiam com seus filhos,
enfim, todo tido de pessoas. A cidade é pacata e com as mais variadas culturas,
é notório perceber destaque de pessoas místicas e diversas outras com o estilo
hippie.
Nem a Igreja de Santana do Santíssimo, como hoje é
resumidamente chamada, escapou da presença dos óvnis. No dia 30 de outubro de
2008, por volta das 19h10 do horário de verão, as lentes de um fotógrafo local
capturaram a presença de um objeto multicolorido acima do mencionado santuário.
Foi capa de um jornal do estado e muito comentado pela população local, as
fotos foram obtidas pelo fotógrafo profissional Geraldo Davi, conta ele que a
noite estava com poucas estrelas, todavia o seu costume de tirar fotografias
possibilitou registrar uma seqüência de sete fotografias de expressivos pontos
luminosos de cor que variavam do verde para laranja. Quase todas as fotos foram
obtidas do mesmo ângulo, porém o fotógrafo notou que as luzes mudavam de
posição a cada foto.
Sobre as fotografias o Jornal “Correio de Mato Grosso” enfatiza:
“Além de
fotógrafo, Geraldo é também formado em física e foi professor de ensino público
até o ano passado. As duas posições, físico e fotógrafo foram outro motivo de
indecisão de tornar públicas suas fotos. ‘Como físico acredito que é possível
que haja vida em outros lugares, que não estamos sós. Aliás, não só possível
como muito racional. Mas como fotógrafo tenho minhas dúvidas, ainda mais hoje
que é tão fácil manipular fotografias. Mesmo sabendo que fui eu quem as tirou e
que também não as modifiquei, falta um pouco de credulidade.’” “(...) uma de
suas preocupações foi que as pessoas pensassem que tivesse feito uma ‘montagem’
ou que estivesse ficando louco.” (Ano XXV, Edição 517; Agosto de 2009, pág. 13)
Mais uma fotografia para a coleção de registros ufológicos
de Chapada, e têm muito mais! No dia 26 de maio de 2010, numa quarta feira, mais
precisamente às 17h25m, uma estranha luz, na clássica forma de um disco
horizontal, foi presenciada por inúmeras testemunhas e fotografada pelos
banhistas do balneário “Salgadeira”, a poucos quilômetros da cidade de Chapada
dos Guimarães. Segundo relatos o fenômeno perdurou até as 20 horas, foram mais
de duas horas e meia de observação do estranho objeto que atraiu a atenção de
todos que ali passavam.
Valdirene Costa, membro diretora da Associação de Defesa do
Rio Coxipó (ADERCO), relata que a primeira pessoa a fotografar o objeto foi a
cantora Maria Generosa da S. Hobsbach, conhecida como Jully. Ela diz ter ficado
perplexa quando notou a presença da luz e, ainda mais, quando percebeu o
artefato se movimentando, alguns minutos depois “Não descia nem subia, ficava
lá, parada. Como se observasse o entorno dos paredões”.
Valdirene ainda acrescenta que trabalha há muitos anos com
preservação ambiental na região de Salgadeira e que já presenciou outras
significativas aparições de óvnis pela região “Já vi outras luzes, e até uma
espécie de tocha de fogo cintilante que voava. Coisa muito esquisita, parecia
uma vassoura aérea. Dava a impressão de varrer os paredões e sumia mata a
dentro”.
Outra testemunha, sobre o mesmo objeto, trata-se de José
Carlos Bazan, conhecido como “Pardal”, na época, ele era gerente administrativo
do complexo balneário da Salgadeira. Diz ele que o objeto estava lá, se era
“disco voador” alega não saber; “mas que estava lá, estava. Irradiava uma
claridade forte, anormal, ofuscante, aparentemente metálico”. Ele garante que
não era avião e o sol encontrava-se do lado oposto, no sentido de Cuiabá.
Também fez questão de certificar que não havia lua no momento, e que a lua só
foi surgir bem mais tarde e em outro ponto.
O Terminal Turístico de Salgadeira têm maior movimentação
aos finais de semana, mas isso não evitou a aglomeração pessoas afoitas por
aquela incógnita, aos poucos a presença de pessoas aumentaram pela curiosidade.
Registros fotográficos também estão envoltos ao desfiladeiro
do “Portão do Inferno”, há catalogados significativos relatos sobre objetos
voadores não identificados, pessoas idôneas juram que foram perseguidos por
luzes incandescentes no trecho que curva o desfiladeiro. Ocasião que inclusive
fez uma visitante fotografar um elemento cilíndrico, em forma de charuto, que
estava a pairar nos paredões acima do precipício. A foto foi obtida por Carla
Cristina Barzsina, tirada por volta das 17h30, do dia 12 de agosto de 2010.
Conta ela que obteve várias seqüências fotográficas.
Uma vez ou outra, sempre surgem acontecimentos inusitados
nos céus da região e ocasionalmente ocorre a sorte de alguém fotografar e até
mesmo filmar. Gravação em vídeo sobre os estranhos objetos na Chapada dos
Guimarães também se encontra arquivados. É o caso do registro feito pelo estudante
João Victor Caldas que conseguiu filmar um objeto não-identificado que brilhava
no céu da região. Ele decidiu filmar o objeto com um telefone celular. Conta
ele que estava na casa do tio, quando repentinamente percebeu movimentação de
uma luz muito brilhante no céu noturno. A gravação feita durou menos de um
minuto, mais foi o suficiente para salientar um objeto luminoso que muda de cor
constantemente. O vídeo durou por volta de 50 segundos e depois disso o objeto
desapareceu misteriosamente. Segundo João Victor, a gravação foi realizada por
volta das 22h40 do dia 11 de outubro de 2009, num domingo.
Isso é apenas uma pequena amostra sobre uma localidade em
convívio habitual com as circunstâncias enigmáticas, um roteiro tentador para
aqueles que buscam sair da rotina e almejam o fado de experiências
aparentemente incomuns. Ideal para quem sente fascínio por mistérios, em
especial, para aqueles que mostram inclinação por ufologia, resumindo-se num
passeio imperdível. E mesmo para os céticos, pois vale a pena pelas belezas
naturais, assim, o visitante certamente não sairá perdendo em nenhum aspecto.
Toda a região de Chapada dos Guimarães é bastante
convidativa para agendamento de pesquisa de campo ufológica. É gratificante
reunir com amigos para apreciar o deslumbrante céu estrelado, numa noite
límpida, longe da poluição luminosa e do agito da cidade grande. A preciosidade
da região produz uma profunda emoção, simultaneamente, a amplitude apreciada
pela elevada região de Chapada oferece ao visitante um enorme sentimento de
pequenez perante a grandiosidade do firmamento.
Chapada contagia o visitante em todos os sentidos, mas
torna-se mais empolgante quando associado aos relatos de luzes coloridas
contados pelos inúmeros testemunhos de moradores locais. O inesperado faz parte
do cenário, assim, quando alguma densa neblina aparece, quase que
instantaneamente, o ar de mistério toma conta do contexto; o entusiasmo na
expectativa do “algo vai acontecer” invade o imaginário. Nesse momento, o que
vai acontecer, aparentemente, pouco importa, o que importa é a sensação que
isso desperta.
Apesar de Chapada estar a poucos quilômetros da capital,
ainda sim, ela é considerado um espaço de terras desconhecidas e devido aos
seus paredões, quase inacessíveis por causa da mata, muitos firmam a convicção
de que há outras diversas surpresas ainda a serem desvendadas.
Assim é o nosso Brasil, certamente não são poucos os lugares
com alto índice de histórias ufológicas, todavia é a Chapada dos Guimarães e
suas redondezas que concentram grandes números de registros fotográficos,
relatos e testemunhos sobre o tema, cobiçando a emoção dos aventureiros
interessados em ufologia.
Autor:
Ataide Ferreira da Silva Neto; psicólogo, estudioso da
parapsicologia, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas
e Psíquicas (AMPUP) e consultor da Revista UFO.